sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Reviravolta

Desde pequena, sempre me imaginei nas capas de revistas, desfilando nas grandes passarelas com variados figurinos, com aquela maquilagem nem muito forte, nem muito fraca (meio-termo), postura ereta, olhar firme e os pés um seguindo o outro, em linha reta, sem nenhum desvio. Minha mãe me apoiava muito nessa idéia de ser modelo, me incentivava. Já meu pai, era completamente o inverso, sempre teve aquela idéia de que toda modelo é burra, vendia seu corpo para se manter na mídia e usava drogas.
Quando eu disse a meu pai que minha mãe iria me levar para fazer um teste em uma agência de modelos, ele só faltou ter um troço, brigou comigo, foi uma confusão.
Com uns 5 a 6 anos de idade, enquanto meu pai trabalhava, e minha mãe assistia a novela da tarde, da Globo, eu aproveitava para mexer nos sapatos, roupas e maquilagens de minha mãe. Me penteava, passava um batom vermelho, vestia todas peças, calçava os sapatos mais altos. Eu própria produzia meu desfile. E para completar no quarto de minha mãe tinha um grande espelho que ocupava quase a metade da parede do lado esquerdo. Pronto! Era tudo que eu queria! (risos).
Nesta mesma época, eu tinha uma máquina de escrever, por que antigamente quem tinha computador eram pessoas de classe alta. Eu escrevia várias histórias, sempre tive uma criatividade enorme para inventar cenas e personagens. O mais interessante era que o papel utilizado para minhas historinhas eram os documentos do trabalho de meu pai (risos). Como eu também era devoradora do papel ofício da minha casa, eu me aproveitava dos documentos que meu pai usava no pólo petroquimíco.
Nunca gostei de brincar de bonecas, achava sem graça. As minhas bonecas ficavam só de enfeite em meu quarto, eram barbies (loiras, morenas, gestantes, etc.). Eu até achava elas as bonecas mais lindas do mundo, mas...brincar com elas não era a minha, eu gostava mesmo de me enfeitar no quarto de minha mãe, e contar histórias na máquina de escrever.
O tempo foi passando...fiz 11 anos, comecei a usar aparelho nos dentes. Todo mês eu tinha que fazer manutenção no mesmo. Eu adorava ver minha dentista trabalhando. A idéia de ser modelo ficou um pouco escondida, eu agora queria fazer odontologia, queria ser dentista, que nem a Dra. Kátia Coutrim, minha adorada especialista em ortodontia.
Completei 17 anos, fui na tão sonhada faculdade. Chegando lá, surge a dúvida de qual curso estudar. Peguei a lista de cursos na sala de inscrição da própria instituição. Li, reli, voltei a ler de novo. Decidi me inscrever para o curso de direito, mas a dúvida ainda perpetuava. Depois resolvi, me inscrever no curso de administração com habilitação em marketing. Mas, a idéia de ser modelo nunca me saía da cabeça.
Fiz o vestibular juntamente com uma amigona do ensino médio, que por coincidência da vida se inscreveu no mesmo curso que eu. Passamos no vestibular, foi aquela festa! Uau...!! Eu, empolgada me achando, realizando meu sonho, entrei na faculdade, novas perspecticas e tal. Conheci muita gente legal na minha nova sala, fiz bons amigos, tive professores maravilhosos, inclusive a de filosofia, parecia que eu e a professora já nos conhecíamos há muito tempo, e falavámos a mesma língua. As aulas dela eram as mais engraçadas, eu aprendia brincando e dando muita risada, por que realmente, a professora era louca, que nem eu (risos).
Os meses foram se passando, e comecei a ter aulas de uma disciplina que considerava, muito chata, se chamava "TGA" ( Teoria Geral da Administração). E graças, a matéria de TGA, descobri que eu odiava estudar aquelas teorias de Fayol e Tylor, eu não gostava do assunto mesmo. Mas, acredito que aprendi na marra as teorias desses dois caras.
Chegou a semana de prova da bendita disciplina que eu odiava "TGA". A professora disse para a classe estudar as 20 teorias contidas no livro de Adalberto Chiavenato em uma semana apenas, e quando dei por mim só caiu 3 teorias na avaliação. A praga da professora mandou estudar as 20 teorias e só cai 3..."que sacana"!!!!!
Parecia até brincadeira, mas no curso de administração eu só gostava de estudar filosofia (risos). O semestre acabou, mudo de instituição e de curso. Hoje, estou formada em comunicação social com habilitação em jornalismo. Que reviravolta, hein?

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