Ovelha negra

É verdade nesta madrugada parei para escutar a música da cantora de rock Rita Lee, chamada "Ovelha Negra", e cada palavra desta canção me faz refletir sobre a trajetória da minha vida. Realmente, eu sou mesmo a ovelha negra da família. Não que eu queira que as pessoas me entendam como pessoa, e me tratem como eu gostaria. Eu gosto de viver, independente de religiões, e normas éticas da sociedade. Não obedeço as regras sociais, como o mundo deseja. Faço o que quero, o que gosto. Quero personalidade, quero me jogar de cabeça nas emoções, e minha lei é essa. A filosofia que sempre adotei foi essa. Pouco me importa o que os outros irão pensar. Elogios são sempre bem vindos, e as críticas todas eu tento relevar.

Se o hoje não foi como se esperava, paciência! Todos nós estamos em risco seja qual forem, teremos de enfrentar da melhor forma possível ou não. Ajo de acordo com as minhas vontades, e desejos, o impulso me leva onde eu quero, e é onde eu me satisfaço e sinto prazer. Não tenho culpa se sou pecadora, pois estou numa terra onde todos mordem a maça como Adão e Eva no início da criação do mundo. Não só a maça, mas a bebida é algo recriminada nesta terra bendita, e eu gosto.

Por muitas vezes a vaidade me atrai, mas na maioria das vezes o que realmente me faz virar a cabeça é a não vaidade, não gosto de imagem, gosto de essência. Um livro velho, um jornal internacional, uma roupa velha e surrada, uma música na qual eu considero inteligente, a tal ponto de me inspirar em meus textos. Talvez eu esteja em um corpo do qual nunca me pertenceu, pois a minha minha essência, é muito mais do que essa bela imagem que leva um colírio aos olhares pelos lugares onde passo. Nasci com uma revolta dentro de mim e não sei como tirá-la, e talvez eu nem queira mais fazer isso. Cada vez mais me decepciono como tudo a minha volta, luto contra, mostro minha máscara, imponho meu lugar. Não quero ser o melhor exemplo social, e muito menos o pior, desejo ser o exemplo mais neutro.

Tenho que assumir que a disputa pra mim é uma sina. Sem ela minha vida não tem graça. Mas, a disputa da qual me refiro é algo saudável a vida de todos os seres que se consideram" humanos". É a disputa com ar de conquista e de gozo, seja ele qual for e como for. Eu sou um animal e sempre estou pronta a satisfação dos meus desejos, por muitas vezes não tenho limite, e quero sempre mais, muito mais. Sou complexa, posso está no inferno, mas posso também chegar no ceú em questão de segundos e feliz.

A carne me inspira e me excita e levo meus pensamentos muito acima do que minha capacidade humana, assim acredito. Eu sempre gosto de deixar marcas, de qualquer forma. A coisa cravada é sempre lembrada e por isso eu necessito disso. Talvez eu não seja como a educação que meus pais me ensinaram, como os aprendizados que absorvi nas escolas na qual frequentem por muitos anos, mas infelizmente eu não faço questão de ser nas normas que eu fui inserida.
Também não tenho culpa se eu gosto da agressividade de todas as noites, e isso já virou um vício. Quero viajar nas noites até o limite do ceú. Mas, tenho que me contentar pois eu não sei até onde vai esse limite, e possa ser que ele nem tenha um para realmente se chegar.
A leitura faz parte do meu cotidiano, a coca-cola bem gaseficada, uma madrugada eterna de reflexão, um bom papo dependendo com quem seja e de quais idéias são e serão discutidas. E quem sabe um vinho doce tinto gelado, e logo em seguida um sexo apaixonado sem contratos ou promessas.

2010

Larguei tudo, coloquei meu amor em risco. Vim esperançosa, confiante, acreditando que tudo ia ser diferente e para melhor. Quando debato sobre a terra mais sonhada vejo início de mudanças, sinto um sentimento chamado saudade, realizo meu desabafo, meu sangue ferve, o coração se encontra amparado, e em alguns momentos apertado. Como sempre lembranças do passado correm pela minha mente, se tornando algo muito presente. É como uma viagem a velha infância, é como viver novamente no rio de mágoas e com o destino ao ceú dos sonhos. A porta do ceú dos sonhos está sendo aberta lentamente, e o caminho para se chegar até ela é bem longo, percebo que é preciso sabedoria, paciência e muito entendimento. Estou em momento de construção de desejos materiais, em reconquista de liberdade e independência, recomeço de contatos, continuando a linha antiga do meu cotidiano. Esse está sendo meu início do ano de 2010.

O velho retorno

Depois de mais uma aventura estou de volta ao Kamikase Doce. Aliás, como diz o velho ditado popular "quem é vivo sempre aparece". Espero neste ano de 2010 poder atualizar com mais frequência o blog, pois como tive fora do estado da Bahia há alguns meses e fiquei sem dar uma atenção a mais ao mesmo. Quero continuar com a velha linguagem cotidiana, com as emoções à flor da pele, com algumas fotografias futuras e imagens interpretativas. Quero poesia, quero música, quero pensamentos, e com as palavras quero brincar, quero inventar, quero conquistar. Esse ano promete e dividirei toda essa arte com vocês. Não esperem regras aqui, não esperem um só segmento, esperem fluidos que saem da alma, através da mente. Quero um ambiente virtual agradável, uma leitura comum, mas que tragam boas energias. Feliz 2010 para todos!

Mudança

Queridos leitores,
Faz mais de uma semana que mudei de residência, ainda me encontro em pleno choque cultural. A mudança foi de Salvador/ BA para Ribeirão Preto/SP. Sair da terra do axé e do clima ensolarado para viver em Ribeirão Preto, conhecida como a terra do chop e do café. No presente momento ainda estou me habituando ao clima frio, ao trânsito maluco, ao sotaque puxado dos paulistas, onde o som do "r" há muita ênfase.
A cidade de Ribeirão Preto é muito organizada e estruturada. Quase não se vê lixo pelo chão, e mendigos não existe aqui. O custo de vida é muito alto, a maioria das pessoas tem carro ou moto. E é muito raro se vê ônibus circulando pela cidade.
O lazer de Ribeirão Preto são as casas noturnas, bares, pizzarias, clubes com piscinas artificiais, cinemas, museus, etc. A praia mais próxima daqui é a de Santos, que leva aproximadamente quatro horas de viagem para se chegar até lá.
As pessoas aqui, são mega educadas e andam sempre muito bem vestidas. Enquanto eu gostava de usar minhas havaianas na Bahia, os paulistas aqui costumam usar botas de couro. Nos meus passeios pela cidade pude observar que o número de baianos em Ribeirão Preto é muito grande.
Já conheci pessoas de Pernambuco, Poções, Minas Gerais, etc.
Ribeirão Preto possui uma pequena taxa de desemprego, o tempo normal de uma pessoa ficar sem emprego aqui é de no máximo dois meses, coisa que na Bahia leva de um ano ou mais. E por incrível que pareça a politíca daqui é regida por muitos baianos.
A cidade é repleta de grandes indústrias. E os centros universitários são todos de renome. Só assim conheci a USP de perto.

A ausência de um abraço

Por que a partida sempre dói? Por que quando queremos realizar sonhos abdicamos de muitas coisas para se atingir tal fim? Por que temos que participar sempre de despedidas? Será que estamos preparados para isso? Por mais que juntamos forças, sempre existem aqueles momentos em que o coração aperta, e você começa a olhar as pessoas ao redor com uma atenção a mais, você enxerga o que elas realmente representam para você, sente seus verdadeiros valores. Os amigos e a família são bases fundamentais para qualquer ser humano, peças que por muitas vezes precisamos abandonar, mas que precisamos como ponto de referência em nossas vidas. Às vezes nos decepcionamos com os mesmos, mas faz parte, pois estamos expostos a muitas situações nessa vida. Afinal, não existe nenhum ser humano perfeito. Apesar dos apesares que podem vim ocorrer , os sentimentos bons existem mesmo quando o descobrimos tarde e nos arrependemos das escolhas que já fizemos.
Quando acontece a partida todos te olham como se fossem te ver pela última vez. Um olhar de amor, misturado com tristeza, esperança. Quem se vai se sente um pouco acorrentado, pois não sabe quando irá voltar, e nem pode dar previsão da sua próxima chegada. O abraço nesse momento é algo que todos esperam, mas nem sempre o tem. Talvez por não ter dado tanto importância quando surgiu oportunidades. Não sei se por burrice, ou desleixo pessoal.
O consolo nesse caso que seria o abraço, agora são as lágrimas. Mas, nada adianta quando não se tem algo ou alguma coisa da qual necessitamos. O que nos resta então? Continuar a procura de novos rumos? Esperar por uma nova oportunidade, se caso ela existir realmente? Ou acreditar no amor que ela diz que sente por nós? Prefiro não adivinhar o que poderá acontecer no amanhã. Pois, a única certeza que temos é que um dia vamos morrer, e tudo virará farelo. Por que nada dura eternamente, e não sei se vale a pena esperar pelo grande retorno.

Minha sede...
Sou movida a sentimentos
E quero absorver conhecimentos
Me sinto como uma máquina pronta a jorrar ressentimentos
Quanto mais peço, mendigo, eu quero...
Um tal de querer impulsivo que só quer se apaixonar
Calafrios e acelerações é necessário para a rotina da pele e do coração.

Uma página do meu diário

Preciso parar para pensar. Eu não posso e nem devo atrapalhar e muito menos atrasar a vida de alguém, eu não tenho esse direito. Nem sempre o que achamos que é nosso, na verdade não pode ser ou talvez seja mesmo coisa do destino.
Como podes pessoas entrarem e saírem das nossas vidas? Assim como objetos que se quebram ou se perdem em toda trajetória.
Precisamos agir mais com a razão do que com a emoção, em certos momentos. Quando queremos atingir algum objetivo, há sacrifícios. É vão ser duros...Mas, nada fácil presta, não tem aquele sabor de conquista. Pensando nisso...abrimos mão de grandes coisas que amamos para conseguimos os vestígios da vitória. Não é fácil, o processo é lento.
Mas, a solução em algum dia, em algum lugar estará garantida. Assim podemos tornar-mos pessoas mais seguras e realizar sonhos, que um dia pensavámos que era impossível.

Lembre-se:

"Não quero presenciar suas dificuldades. Você não merece está passando por isso. E eu preciso que você crie asas para eu me sentir um pouco mais segura e descobrir se ainda te amo a ponto de largar tudo que tenho e tudo que conquistei".